Because I'm a POTaTO
Hello again, and welcome to the Aperture Science computer-aided enrichment center.
E hoje venho falar um pouco sobre uma das melhores vilãs dos videogames, a GLaDOS. Antes de começar vou dar um briefing sobre o jogo que ela faz parte, ou melhor, os jogos – Portal e Portal 2.
Se você não jogou Portal e Portal 2 e não quer receber spoilers, pare de ler por aqui. |
Portal é um jogo puzzle em primeira pessoa desenvolvido pela querida Valve, a empresa que não sabe contar até três. O game consiste em uma série de desafios que o jogador deve solucionar na pele de Chell, usando uma arma que cria portais – um azul e outro laranja, você entra por um e sai por outro e vice-versa e ahai hihi que delícia. Q
Quem conduz os testes é a personagem do artigo, Genetic Lifeform and Disk Operating System. GLaDOS.
Before we start, however, keep in mind that although fun and learning are the primary goals of all enrichment center activities, serious injuries may occur.
A nossa linda foi criada pela Aperture (empresa que desenvolveu a arma de portal etc e tal manjo muito das rimas) e possui uma personalidade um tanto... ácida, homicida, sarcástica. Em 1986 a rivalidade entre Black Mesa e Aperture Science gerou a necessidade da criação de alguma coisa inovadora por parte da Aperture e o projeto da GLaDOS foi iniciado. Cave Johnson, fundador da empresa em questão, faz um upload da sua consciência (oi?) para colocar no tal robô que teria sua mente e então viveria por toda eternidade, mas o projeto não chegou ao fim pois ele faleceu antes de ser instalado.
Mas Cave não foi tão bobinho – ele deixou instruções para sua assistente, Caroline, para que ela tomasse seu lugar e comandasse a Aperture até o fim dos tempos. Só teve um problema: todos os testes de ligar a máquina que veio a ser a GLaDOS não obtiveram sucesso pois a máquina tinha instinto homicida. Então foram criados “núcleos de personalidade” para que o robô fosse contido. Um dos mais notáveis, o núcleo de moral, foi o culpado de tudo. Pouco depois da adição dessa nova ~moralidade~ GLaDOS afirmou não sentir mais a sede de matança e tudo que importava era a ciência, oh glory science, enlighten me.
Finalmente liberta, GLaDOS propôs um experimento, uma reunião com todos os cientistas da Aperture, e foi então que ela fechou todas as saídas possíveis aprisionando todo mundo e liberando gás de neurotoxina e matando TODO MUNDO MWHAHAHAHAHAHA.
The Enrichment Center regrets to inform you that this next test is impossible. Make no attempt to solve it.
Mas por que eu considero a GLaDOS uma das melhores, se não a melhor vilã dos jogos? Bem, ela não é uma vilã qualquer. Pra começar, ela é um robô
No primeiro Portal eu devo admitir que não tinha essa opinião, mas ao jogar e finalizar Portal 2 passei a ver a GLaDOS com outros olhos, o que eu tenho certeza que era a intenção dos produtores. Como eu já avisei que este texto contém spoilers, aqui vai: ao final do primeiro Portal, aparentemente GLaDOS está “morta” e Chell também, mas um robô assistente aparece na última cena, como se “resgatasse” Chell. E a música final do game também dá a entender que a vilã robótica ainda está viva: “Still Alive”
Na sequência, Chell está de volta no Enrichment Center, ao lado de Wheatley, outro robô que acidentalmente acorda GLaDOS e todo o processo de câmaras de teste retorna, mas a vilã está claramente mais amarga em relação à protagonista.
I've been really busy being dead. You know, after you MURDERED ME.
Enredo vai, enredo vem, Chell consegue “instalar” Wheatley no núcleo de GLaDOS, o que era o plano inicial deles, mas ao ser acoplado, Wheatley parece ganhar outra personalidade (que na verdade penso que é a personalidade real dele) e fica tão maléfico quanto GLaDOS. Ele acopla o núcleo da ex-toda-poderosa-sobre-a-aperture em uma batata e manda as duas num buraco pro além.
E daí vem minha parte preferida do jogo. GLaDOS em forma de batata tem uma mudança de personalidade, mas não tão rápido: ela ainda é a mesma vilã, só está um pouco mais... sensitiva. Foi necessário dar algum motivo para o jogador querer levar a batata-falante com eles, e de fato, Chell leva GLaDOS em sua arma de portal. A dupla da pesada passa por mais antigas câmaras de teste e ao encontrar um quadro com Cave Johnson e Caroline, GLaDOS se pergunta porque eles lhe são tão familiares e começa a lembrar de suas origens – Caroline permitiu a sua criação e é um dos seus núcleos de personalidade.
Ao final, depois que Chell e GLaDOS tiram Wheatley do poder e ela volta a ser a toda-poderosa da Aperture, GLaDOS diz que aprender sobre Caroline lhe ensinou uma lição valiosa, e ela deleta o núcleo de Caroline, e diz ter aprendido outra grande lição: A melhor solução para um problema é a solução mais fácil, e decide que ao invés de matar Chell, ela vai deixá-la sair, deixá-la ser livre, pois matá-la é muito difícil.
You know what my days used to be like? I just tested. Nobody murdered me. Or put me in a potato. Or fed me to birds. I had a pretty good life.
Mesmo sendo um robô (e mesmo tendo esses tais núcleos de personalidade), a Valve fez com que GLaDOS fosse mais humana do que muitos personagens humanos de outros jogos por aí, e não só personagem, mas uma ótima vilã. Talvez a maior razão para o sucesso da franquia seja GLaDOS, assim como as músicas cantadas por ela no fim dos dois jogos, a já mencionada Still Alive e Want You Gone.
Se você ainda não jogou e leu até aqui, bem, parabéns, está spoilado. Mas não foi por falta de avisos! Mas eu definitivamente recomendo o game para qualquer um que goste da temática puzzle, e de uma boa história – eu apenas pincelei sobre pontos chaves do enredo e não entrei em MUITOS detalhes que existem. E se você já jogou, melhor ainda, vai jogar denovo!