Altos e Baixos da Fantasia: Classificando o Gênero
Saudações povo bom, Hyperion aqui para mais uma fugida do
Adventurer’s Journal.
dessa vez vou falar sobre um assunto um pouquinho mais técnico, mas muito interessante pra todo mundo que curte um pouco de literatura: Gêneros de Fantasia. Vamos lá?
dessa vez vou falar sobre um assunto um pouquinho mais técnico, mas muito interessante pra todo mundo que curte um pouco de literatura: Gêneros de Fantasia. Vamos lá?
Disclaimer: O conteúdo desse post, é infelizmente tingido com opinião. Busquei em vários
sites e fontes sobre o assunto e o estudei durante algum tempo, e acredito que
esse seja um ótimo compêndio e não está errado, mas podem discordar. Que tal um
debate nos comentários?
A Fantasia, ou como alguns chamam, a Ficção Fantástica, é um
dos três primordiais gêneros do grande grupo “Ficção Especulativa” em
Literatura (os outros sendo Horror e Ficção Científica). Mas todo mundo que
já leu um pouco de qualquer um desses grupos sabe o quão essas narrativas são
diferentes, e com algumas mudanças tão diferentes que nem parecem o mesmo
gênero! Como, infernos, eu vou juntar Senhor dos Anéis com Harry Potter num mesmo gênero? (hmm... “Histórias
com Magos Épicos de Barba Épica (MEBE)” pode
ser um bom lugar pra começar. Nesse gênero SdA leva a melhor: são duas barbas
épicas de magos épicos: Saruman e Gandalf! ) A resposta é: Subgêneros. E, cá
entre nós, a fantasia tem uma infinidade deles. Eu vim aqui justamente ajudar
nisso. Iniciaremos as divisões!
Divido a fantasia em 4 “Atributos” (Realismo, Teor, Tema, e
Época), alguns sendo mais “guias” e outros sendo determinados. Ao decorrer
desse texto, vou descrever cada um desses atributos, seus gêneros, e dar um
exemplo rápido. Que tal começar com Teor?
Teor
Teor é o “Clima” da obra literária. Se é pesada, sanguinolenta e triste, ou se é leve, cômica e heróica. Em seus extremos, temos a Dark Fantasy, ou Fantasia Escura, e do outro lado, a Light Fantasy ou Fantasia Clara. Esses temos servem como apenas como guia de teor da aventura. Em grande parte, os termos Dark Fantasy e Light Fantasy são o principal atributo de uma obra literária, já que é um ótimo marcador de gênero. Sabemos quando queremos ler obras pesadas ou não. Vamos aos exemplos?
Dark Fantasy médio: World
of Darkness
Por quê? Simples. Toda a construção do cenário balança em o quão “sombrio” ele é. Como é sangrento, como seus seres são em quase sua totalidade malignos (e de hora em hora, até aparece algum que é a própria definição de Mal...) Não é o ponto mais baixo da escala por quê esse é um lugar um pouco mais... Lovecraftiano, se é que me entente.
Light Fantasy alto: Contos
de Fada Modernos
Por quê? Nem vem. Tem ratos e fadas madrinhas: Claro que é fantasia. E é o exemplo mais alto da escala de leveza em fantasia: Não tem nada
mais puro, mais limpo, mais claro. Tá certo que vez ou outra um coração é
tirado ou um lobo é despedaçado ( E nem vamos falar das versões originais:
Francamente, seria muitíssimo perto dos níveis abissais de Dark
Fantasy...) Mas é leve e direto: Finais felizes para todos os de bom
coração, nenhum problema sem resolver, sem sacrifícios malignos ou entidades
maldosas conseguindo seus objetivos no final. Ah... Tão puro.
Tema
Esse termo pode ser estranho... Não é bem o tema da obra,
mas sim o tema do universo em que a obra é situada (o cenário,
lembra?). Esses temas são conhecidos as vezes como subtipos de outros atributos
(como Época e Realismo), mas eu julgo que merece seu próprio atributo.
Existem vários temas, mas alguns são famosos e conhecidos, e acho que merecem
destaque: Sword and Sorcery, SteamPunk, World-Within-a-World, e Myth Fantasy (Em português, “Magos
e Castelos”, Steampunk “Mundo-dentro-de-Mundo” e “Fantasia Mítica”) Aos
exemplos!
Sword and Sorcery: Dungeons & Dragons – Greyhawk
Por quê? Dungeons
& Dragons é um RPG baseado pesadamente nesse tema. Por mais que novas
inspirações tenham ido para outros gêneros, Greyhawk sempre manteve essa
temática, e permanece como grande nome nesse gênero. Com magos, castelos e
espadas a torto e a direito, o gênero é o mais famoso na temática de fantasia.
SteamPunk: O Castelo Animado
Por quê? Temos que tomar cuidado quando olhamos pro SteamPunk em Fantasia, justamente
por, em seu formato natural, ser um sub gênero de Sci Fi. Toda a ideia do
gênero é traçada na releitura de um mundo em certa época – como a Vitoriana –
trocando a sua tecnologia por uma voltada ao bronze e o vapor. Em fantasia, ele
se deturpa um pouco, aparecendo como figurante e um mundo já fantástico, muitas
vezes como o “Especial” de uma suposta raça humana, como vemos até em alguns Final Fantasy. Outros exemplos incluem A Bússola de Ouro.
World-Within-a-World: Harry Potter
Por quê? Além de
ser um ótimo exemplo de fantasia que muda de gênero, (e ser um ótimo exemplo de Histórias
com Magos Épicos de Barba Épica (MEBE) tá parei.) Harry Potter é um
excelente exemplo de um mundo – o mundo dos bruxos – que é inserido no mundo
real, um fenômeno que define o tema. Há a discussão se Nárnia seria um cenário de temática similar, mas acredito que não.
Os universos paralelos que estão descritos nas crônicas são de todo “fora” do
mundo real, logo não sendo “um mundo dentro do mundo”. Mas, como sempre, veja o disclaimer.
Myth
Fantasy: Percy Jackson
Por quê? Bem, o
que diferencia a fantasia comum da mítica é que os elementos são em sua
totalidade, mitológicos. Enquanto você pode afirmar que a obra de Tolkien – a
grande chave do tema Sword and
Sorcery - Também seja uma mitologia, quando cito esse termo quero
dizer a mitologia antiga, grega ou nórdica ou chinesa, por exemplo: mitologias
clássicas, que já foram alternativa à religião ou uma em si. É bom entender que enquanto obras como Dragon Ball tenham fortes elementos da
mitologias, nesse caso a japonesa e chinesa, não é
Myth Fantasy porquê o foco não é esse, e
outros elementos possuem prioridade. Percy Jackson tem como grande enfoque a Mitologia Grega, e recebe bem
esse título. God of War é outro bom
exemplo.
Época
Obras geralmente são situadas em épocas, mas não é beeem
isso que eu quero dizer quando falo em época. A ideia é que fantasia geralmente
tem como objetivo emular um universo alternativo, que tem em sua
estruturação/inspiração uma época da história humana (incluindo aí especulações
sobre o futuro, geralmente o campo do Sci-Fi mas com algumas áreas aqui na fantasia). Os principais seriam Antigo, Medieval, Moderno e Futurista. O interessante, porém, é
entender que a “época” não é a nossa, mas sim qual ela quer usar como
inspiração. A exemplificação aqui é somente para fins de manter o padrão: É bem
simples!
Antigo: Fúria
de Titãs
Por quê? Por mais
que não seja uma obra mítica de fantasia (um Myth
Fantasy), a época retratada no filme é análoga a nossa idade
antiga, e portanto é assim categorizado. Alguns elementos, porém, podem ficar
meio duvidosos. As armaduras, por exemplo, não eram bem históricas, mas no final
das contas, isso não importa: A analogia que é importante.
Medieval: Em Nome do Rei (Uma
história de Dungeon Siege)
Por quê? Bem,
todo o universo de Dungeon Siege é análogo ao período medieval, mas eu escolhi
esse filme em específico até para divulgar ele. É... estranho. Mas estou
divagando! Voltando ao assunto, o filme pode ser considerado medieval não por
quê ele é situado na, digamos, Europa nos anos 1200, mas sim por quê ele tenta
expressar um universo que é similar à essa Europa.
Moderno: Saga
Crepúsculo
Por quê? Em
história e filosofia, o termo moderno se refere a um período que engloba
Newton, Kant, e outros intelectuais. Quando falamos de Moderno em Época na fantasia, queremos falar na verdade
do nosso próprio tempo, final do século XX e começo do XXI. Grande parte das obras
desse gênero recriam nosso próprio mundo, com nossos países e história, mas nem sempre é o caso. Crepúsculo recria algumas
coisas e muda outras, mas mantém o clima da época.
Futurista: Warhammer 40k
Por quê? A
própria construção do universo de Warhammer é fantástico. O segmento 40k veio
como uma “expansão” futurista, que fez um enorme sucesso. A junção dos
elementos de fantasia clássica, como magos, e os elementos futuristas , como as
armaduras tecnológicas e as super-metralhadoras, fez um ótimo exemplo desse
tipo de Época.
Realismo
Prontos para a parte ~polêmica~ do texto? Vamos falar
agora da grande divisão da fantasia como ela é hoje. O quão “firme” ela é, o quão “real”, o quão “verossímil”.
Estamos falando dos dois gêneros mais comuns de fantasia:
Alta Fantasia e
Baixa
Fantasia
Mas vamos falar primeiro o que é esse realismo?
Já foi descrito que uma Fantasia é Alta ou Baixa dependendo do “Comprometimento
do universo fantástico com a tentativa de manter um mundo real e firme”... Ceeerto.
O problema é que essa descrição nunca foi geral. Lembram quando falamos de Teor? Muitos defendem que a Baixa Fantasia é, na verdade, a fantasia que é depressiva e ultra-realista, com pessoas morrendo de infecção de tétano e etc. Por mais que seja um fator, não é o chefe. Isso muitas vezes é Dark Fantasy!
O problema é que essa descrição nunca foi geral. Lembram quando falamos de Teor? Muitos defendem que a Baixa Fantasia é, na verdade, a fantasia que é depressiva e ultra-realista, com pessoas morrendo de infecção de tétano e etc. Por mais que seja um fator, não é o chefe. Isso muitas vezes é Dark Fantasy!
Outros defendem também que o fator chefe é o nível de magia. Se for um universo
com muitos magos, por exemplo, estaria claro que é Alta
Fantasia... Não concordo por inteiro. Vou entrar nos exemplos, e logo tudo ficará
claro:
Baixa Fantasia: A Song
of Ice and Fire(Game of Thrones)
Por quê? Pelo seu comprometimento, e nada mais, nada
menos. Estou de acordo que o mundo “ascende” em fantasia, mas ele continua
sendo, pelo menos até o já escrito, como Baixa
Fantasia. A questão não está em sombras paridas, dragões poderosos
ou mortos-vivos místicos, mas sim na maneira em que o mundo trata esses
elementos. É tudo novo, chocante, absurdo. Como se o mundo nem fosse
fantástico, e essas coisas quebram o ritmo. A busca por deixar as coisas
mundanas (mesmo que só para chocar elas depois), vai caracterizar o universo
como Baixa
Fantasia. É um assunto extensamente debatível, mas eu estou firme em
minha posição: A Song of Ice and Fire é, sim, pertencente à esse gênero.
Alta
Fantasia: O Senhor dos Anéis
Por quê? É talvez um dos universos mais bem firmados de
toda a história da literatura, mas não deixa de ser Alta
Fantasia. Os efeitos descritos nunca fazem um sentido direto, as
coisas acontecem por acontecer, e nada é muito bem escrito ou explicado, mas
tudo pelo bem da narrativa. Ferreiros élficos, a magia incerta de Gandalf e Saruman,
a origem dos Uruks, e várias outras características incertas, com a velha
explicação do “É Magia” caracteriza o tema.
Mas bem, é isso aí. Acredito que deixei claro os “atributos”
da fantasia, mas deixei espaço para muitas discussões, Discorda de algo? Concorda
com outra coisa? Deixe-nos saber!