Análise completa de Murdered: Soul Suspect


Saudações! Venho trazer a análise completa do game Murdered: Soul Suspect (MSS). MSS é um jogo de investigação policial e suspense em terceira pessoa, desenvolvido pela Artight Games e distribuído pela Square Enix. O game está disponível para PC, PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One e foi lançado no dia 03/06/2014. 

Enredo 
Assumimos o papel de Ronan O’Connor, um detetive que tem uma dura missão pela frente, desvendar seu próprio assassinato. Ronan investigava pistas que poderiam levá-lo a um assassino em série chamado Bell Killer, ou Assassino do Sino. Quando chega no local, um prédio, ele entra e alguns momentos depois a janela de um andar superior é quebrada e Ronan é lançado para fora do edifício. Ele cai no chão com violência mas ainda assim sobrevive, porém seu espírito, de alguma forma, sai de seu corpo e ele passa a acompanhar os eventos a seguir como mero espectador. Bell Killer não dá chances para Ronan e, enquanto ele ainda está deitado no chão, atira sete vezes contra seu peito. Ronan vê seu corpo sem vida diante de si e percebe rapidamente que se tornou uma espécie de fantasma.

O jogo se passa em Salém, cidade originalmente conhecida por ter sido um local de execução de supostas bruxas, coincidência irônica para Ronan. Logo que se torna um espírito ele tem uma visão do que seria o paraíso e consegue trocar algumas palavras com sua falecida esposa, Julia, que fala que quem permanece vagando no mundo após a morte é porque ainda tem assuntos inacabados na terra. Após isso, Ronan volta ao local de seu assassinato e nas redondezas encontra uma garota chamada Abigail, que lhe dá algumas informações sobre aquele lugar, sobre os demônios que vagam naquele universo e também sobre as missões pendentes de cada um na terra.

Ronan entende que seu assunto inacabado é justamente descobrir quem é seu assassino e de alguma forma detê-lo. A história é a melhor parte do game, pois ela inova em muitos sentidos e é original, pena que outros aspectos do jogo não acompanham o enredo.

O cenário contém pistas que nos ajudam em nossas investigações
Sidequests 
Existem algumas missões secundárias no game, mas de tão simples e até mesmo bobas, não nos instigam. Todas as pessoas que Ronan pode falar são assim como ele, espíritos, sendo assim, todos continuam vagando por ainda ter algum assunto inacabado na terra. Na maioria das vezes, é Ronan que dá a má notícia aos espíritos, que sequer sabem que estão mortos e só se mostram muito desorientados. Vou citar duas side missions para exemplificar o nível de ingenuidade das quests:

Logo no começo do game, entramos no prédio onde Ronan se confrontou com o Bell Killer, e encontramos o espírito de uma mulher escorada em um canto. Ela nos conta que sabe que morreu mas que não sabe onde seu corpo está enterrado, e que realmente gostaria de saber pois assim tiraria um fardo de suas costas. Aceitando auxilia-la, literalmente atravessamos uma parede, coletamos algumas pistas e descobrimos o que aconteceu com ela. Outro exemplo é o espírito de outra mulher que quer saber se o ex-namorado dela a traia antes de sua morte. A cena é a seguinte, o ex-namorado dela está escorado em um pequeno portão ao lado de uma mulher, com um toque de botão possuímos ambos os corpos e descobrimos o que o espirito queria saber.

Entendem? Não é nem pela ausência de dificuldade nas missões, mas pela obviedade dos fatos e pistas no cenário e pela imbecilidade dos NPCs que chega a irritar. No fim, as sidequests não vão servir para nada e não vão afetar a main quest, então a decisão de faze-las é sua.

Gráfico 
Os cenários são muito bacanas e tem um nível de detalhamento interessante. Como todo o game se passa durante a noite, existem muitos efeitos de sombra e luz que acabam escondendo possíveis falhas na composição final do ambiente.

O personagem principal, Ronan, é muito bem feito e podemos ver que o design dele foi bem pensado e executado. O mesmo não se pode dizer dos outros personagens principais, que visivelmente não foram tão trabalhados como Ronan. Sem falar dos NPCs, que tem um visual sofrível, claramente feitos sem o capricho que gostaríamos de ver a essa altura do campeonato. Além disso, quando estamos presenciando uma conversa entre os NPCs eles mal mexem a boca. Outra coisa que não me agradou foi a disposição de personagens no cenário e a falta de realidade na timeline do jogo.

O game, do começo ao fim, se passa em um intervalo de algumas horas, desde o começo da história até acabar os NPCs ficam no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas e com uma inteligência artificial pífia. As CGs são legais e bem feitas, ponto positivo para a produção. 





Jogabilidade 
A mecânica do jogo é simples e se resume a poucos botões e algumas sequências em determinados momentos. Por exemplo, para possuir uma pessoa pressionamos um botão, para ler sua mente ou influencia-la apertamos outros, dentro do sistema de investigação de cenários é basicamente isso.

Em combate contra os demônios, ao nos aproximarmos em modo stealth basta pressionar um dos gatilhos do controle do Xbox 360 e esperar o comando para apertar um botão, apenas isso. A física do jogo é inexistente considerando que somos um espírito. Não há lutas corpo a corpo, nós atravessamos paredes e existem locais que não podemos acessar devido a limitações do gameplay.


Dificuldade 
A dificuldade em Murdered: Soul Suspect é nula, literalmente não existe. Como o jogo é baseado quase que unicamente na investigação, há pouquíssimos momentos de combate, e quando acontecem, podemos facilmente vencer os confrontos em modo stealth. Basta nos aproximarmos dos demônios cautelosamente enquanto eles estão virados de costas e finaliza-los.

Mesmo que tenha muitos adversários, é só realizar o processo um a um e não haverá problemas. E caso os demônios nos vejam, podemos nos esconder em uma espécie de silhueta de espíritos que ficam dispostos em todo o cenário, basta um clique no botão que Ronan se camufla e o perigo termina, já que os demônios desistem facilmente da perseguição.

Trilha Sonora 
A trilha sonora, quando presente, é bacana, mas é um game que aposta mais na ausência de sons, intensificando a tensão na parte investigativa. A parte da dublagem é boa, nesse quesito não é apenas Ronan que recebeu uma atenção especial, Joy, Rex e outros personagens principais também tem boa dublagem. Lamentável é a sincronia de dublagem dos NPCs, ou eles mexem a boca e a voz não sai, ou a voz sai e eles não mexem a boca, faltou capricho nessa parte. O ruído ou urro emitido pelos demônios é bem legal e os sons ambientes também são aceitáveis.

Inovações 
Gostaria de destacar como inovação a história do game que é envolvente e traz uma proposta totalmente diferente do convencional. É inovador o conceito que explora uma investigação policial? Não, de forma geral, mas sim quando a investigação é conduzida por um espírito buscando encontrar o próprio assassino.

Outra coisa muito bacana é que durante o gameplay podemos possuir o corpo de um gato. Controlando o felino, podemos acessar locais que Ronan não poderia chegar sozinho, já que há limitações no cenário causadas pelo fato de estarmos controlando um espírito. Mesmo sendo um fantasma e podendo atravessar a grande maioria das paredes, há locais que por um motivo revelado no game não podemos acessar. Outra coisa que tem um tom exagerado mas que considero uma sacada positiva é o cigarro que Ronan fuma, em todos os momentos, independente da situação. Chega a ser meio bizarro porque até mesmo em alguns momentos que o espírito de Ronan está envolvido em algum confronto, lá está o cigarro. Claro que esse detalhe exagerado faz parte da composição do personagem, e não de algum erro de coerência.

Podemos possuir o corpo de um gato para ter acesso a locais específicos
Personagens 
Vou destacar os dois personagens que mais aparecem, Ronan e Joy, mas de uma forma bem genérica já que um aprofundamento da história desses personagens acarretaria spoilers. E o interessante realmente é você ler todos os files encontrados durante o jogo, só assim você conhecera melhor os personagens, sua personalidade e passado.

Ronan O’Connor – Um personagem bacana, com uma personalidade interessante. Conseguiu o cargo de detetive com a ajuda de seu cunhado, Rex, e tem em seu passado muitas coisas que não o tornam um exemplo de pessoa. Depois de conhecer sua mulher, Julia, mudou drasticamente de vida.


Joy – Uma jovem capaz de interagir com espíritos, uma espécie de médium. Durante o gameplay se junta a Ronan por ambos terem interesses em comum.


Avaliação final
Murdered: Soul Suspect é um jogo com uma proposta promissora, com um bom personagem principal e com revelações no final do game que fogem do óbvio. Existem muitos problemas, principalmente com o acabamento de algumas questões já citadas nesse texto, parece que houve um desleixo em aperfeiçoar pequenas questões que tornariam o game ainda melhor. Mas depois de todas as considerações a avaliação é positiva, porque MSS é um daqueles games que você começa, entende logo de cara e tem vontade de saber como a história vai acabar.

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Da minha parte era isso, espero que vocês tenham gostado, grande abraço e.......tchau.