Entrevista #2 Alessandro Martinello - Artista do estúdio brasileiro Swordtales

Swordtales é um estúdio indie responsável pelo game de aventura Toren, que recebeu seu primeiro trailer oficial nessa semana. No game, os jogadores irão testemunhar o nascimento e o crescimento de uma garota solitária chamada Moonchild, guiando-a em uma perigosa viagem de descoberta e transformação, enquanto ela desvenda os mistérios da torre, conhecida como Toren.

O jogo foi reconhecido com várias indicações e prêmios, como um Honorable Mention da Independent Games Festival, o prêmio Finalist for Art Design na InidePub e na Brasil Game Show. Toren foi o vencedor do prêmio Best PC na E-Games. O estúdio também recebeu o reconhecimento e o apoio do Ministério da Cultura do Brasil, pela lei Rouanet.

EltonBM conseguiu entrevistar Alessandro Martinello, artista responsável pela arte do estúdio. Confira abaixo o trailer a entrevista na íntegra!

Sidequest: Como você decidiu trabalhar com o desenvolvimento de jogos?

Alessandro Martinello: Sempre fui artista e me formei em design, não gostei da profissão e vi nos jogos uma forma de arte emergente e imaginei que eles estejam próximos de viver seus anos dourados como expressão artística.

SDQ: Você trabalha no estúdio Swordtales a quanto tempo?

AM: 3 anos.

SDQ: Atualmente vocês estão trabalhando no jogo Toren, correto? Como esse projeto nasceu?

AM: Sim, ele nasceu de um TCC em uma pós-graduação, e desde o começo nós combinamos que se o jogo fizesse sucesso, na pós continuaríamos como um time indie.

SDQ: Então o time que compõe a Swordtales se formou assim?

AM: Sim, todos os sócios são daí.

SDQ: Há pouco saiu a notícia que vocês iriam se associar a uma publisher, além de confirmar o lançamento de Toren para o PS4. Como foi esse processo?

AM: A gente conheceu a Sony na GDC e, imediatamente após eles verem o Toren se interessaram por nós, rapidamente conseguimos acesso ao PS4. Já a Versus Evil a gente conheceu mais tarde organizando eventos da associação local de devs como o DASH e o BIG, e trouxemos publishers com potencial para todos, dentre elas a Versus Evil, o qual gostamos muito.

SDQ: Falando da indústria brasileira, houve um grande avanço no alcance dos jogos produzidos aqui, o que acha que tem acontecido?

AM: Acho que houve avanço na mentalidade dos desenvolvedores, avanço no cenário indie, uma nova onda de empreendedores arriscando fazer jogos para entretenimento.

SDQ: E como você acha que, no geral, o público brasileiro tem recebido esses trabalhos?

AM: Acho que muito lentamente estamos ganhando terreno, está cada vez mais natural jogos brasileiros de qualidade. Quem ia imaginar em 2010 que teríamos um game com visuais de PS3 no Steam, ou que teríamos um hit de celular reconhecido internacionalmente e agora um game pra PS4 em inicio de geração.

SDQ: Da leva atual de jogos que estão sendo desenvolvidos aqui, tem algum que te chamou a atenção em especial?

AM: Me chamaram a atenção o Griphon Knight Epic e Chroma Squad.

SDQ: Quais jogos você considera que influenciaram mais no seu trabalho?

AM: Em geral jogos da era Playstation em geral, quando o gênero plataforma foi deixado de lado e se trabalhou gêneros mais “thinking”. Eu sempre fui mal coordenado e comecei a realmente mergulhar em games nestes que tinha que se pensar mais que executar comandos rapidamente, e geralmente estes games queriam se firmar como contadores de histórias, desde Metal Gear Solid até Shadow of the Colossus são os games desta era que me influenciaram.